Editado pela Litteris,
o livro tem contracapa assinada pelas atrizes Bete Mendes e Dira Paes
O são-manuelense Van Furlanetti, que já atuou nas novelas da
TV Globo, “Boogie Oogie” e “Sangue Bom”, acaba de lançar seu primeiro livro
“Duas Noites com Tiago”. No enredo, histórias que se entrecruzam: uma mulher
pacata, cheia de pudores, que vive numa metrópole rodeada de rotinas e rituais
interioranos e sua amiga ninfomaníaca, rodeada por seus pupilos, todos
moradores da pequena Maiápolis, muito distante da capital da outra cidade onde
também se conta a história.
O livro tem personagens que entram e saem agilmente da trama
e fala de até onde vão as pessoas em prol de seus objetivos, traindo sem deixar
totalmente de lado a amizade, mostrando seres humanos com erros palpáveis,
pesando os valores em uma história cheia de pequenas e deliciosas ciladas, onde
os valores de cada um têm um preço, imaterial ou não.
O colunista Bruno Astuto, da Revista Época, define o livro
como “literatura erótica”. Van concorda: “sim… é um livro bem erotizado, mas
que fala de sexo de uma forma muito despojada. Procurei ser bem sutil, pelo
menos na maior parte do tempo” diz Van rindo, ao mesmo tempo em que afirma que
escrever é muito mais tranquilo que atuar.
Como surgiu a ideia de
escrever “Duas noites com Tiago”?
Van Furlanetti:
Eu sabia que queria um livro de 300 páginas. Sempre comecei a escrever as
histórias e parava lá pelo quinto, sexto capítulo. Deixava de gostar do que
estava escrevendo e parava. Mas sempre deixei as histórias fluírem, nunca
planejei nada, esse foi o caso! Quando vi que ia parar mais uma vez, resolvi
chamar uma amiga (a atriz Anna Carolina Bispo, responsável pelos vídeos cômicos
do ator na internet) para revisar e ela disse: “Mas eu não entendo nada de
gramática, de literatura”, e eu disse que não tinha problema, que queria saber
se a mulher do meu livro existia, se ela era real, se eu não estava errando ao
escrever. Na realidade não era só isso. Era trazê-la para perto de mim, porque
assim eu teria alguém revisando comigo e teria o compromisso de terminar o
livro. Foi um boicote do meu boicote! Só terminei graças à Anna Carolina Bispo.
As histórias são inspiradas
em quê?
Van Furlanetti: O
livro é totalmente ficcional. Não tem formula, não! É uma história inteira
inventada e que foi surgindo no dia a dia, nos dois anos que eu levei para
finalizar (o livro começou a ser escrito em Maio de 2013 e Van o finalizou em
Maio de 2015 com 405 páginas). O livro fala de valores humanos. Faz
questionamentos sobre “até onde vai sua consideração pelo próximo a partir do
momento que entra em prioridade os valores pessoais de cada um”. Uma das
“moedas” que eu pensei para falar sobre esses valores foram a amizade, o sexo,
o dinheiro. Pesando esses valores eu fui desenvolvendo essas coisas. A história
foi fluindo. O que eu queria falar sobre esses valores humanos era uma coisa
que eu já tinha idealizado neste e em outros livros que eu não cheguei a
finalizar. Mas, claro, há muito da minha essência. Maiápolis, por exemplo, a
cidade que inventei, ela é menor que São Manuel e maior que Areiópolis, tem
coreto, tem igreja com praça, não dá pra escrever sem o mínimo de vivência
real. Mas inventei tudinho.”
A capa do livro traz a
pergunta “Qual o preço do seu Valor?”. A obra consegue responder isso? Qual é o
preço dos personagens do livro?
Van Furlanetti:
Eu penso que os valores são vistos na prática. Depende onde o calo de cada um
aperta, de qual o momento, a situação e a necessidade. E eu brinco com isso no
livro, todos os personagens têm pontos fracos, como todos nós temos. E é nesses
pontos que eu vou parando a cada capítulo. Enfim, todos nos temos valores e os
preços são cotados diariamente, como o dólar.
Você atuou nas novelas
“Boogie Oogie” e em “Sangue Bom”. Pra você é mais difícil atuar ou escrever?
Van Furlanetti:
Eu sempre tive convicção de que eu escrevo melhor do que atuo. Eu acabei
atuando mais que escrevendo, mas justamente por medo disso transparecer e um
dia notarem: ‘ah, o Van escreve!’, e ai vai me enfiarem tanta coisa para
escrever e eu não atuar mais! Sempre foi meu grande pesadelo! Já levei isso pra
análise, inclusive. Meu psicólogo me disse que eu posso tranquilamente fazer as
duas coisas, mas sei que, falando de TV, isso é para muito poucos, que eu
conheça, apenas Miguel Falabella e Suzana Pires. Então sempre deixei a escrita
mais quietinha. Mas não foi difícil escrever. Para atuar eu tenho neuras, medo,
todas as coisas antes de entrar em cena e talvez o fato de a escrita ser uma
coisa mais solitária, de as pessoas só verem os escritos depois de prontos,
isso torna para mim a coisa de escrever mais tranquila.
E como foi a escolha das
atrizes Bete Mendes e Dira Paes para assinarem a contracapa de seu livro?
Van Furlanetti:
Eu fiz um livro muito teatral, muito visual. E quando eu pensei em pessoas para
fazer a contracapa, pensei logo em mulheres. Primeiro por se tratar de um livro
que fala principalmente de mulheres. Como eu sou ator e acabei, de certa forma,
segundo me disseram, levando muito do teatro para fechar o formato do meu
livro, afinal, cada capítulo é uma cena que se fecha ali e outra que se abre, e
em função disso eu posso chamar os meus capítulos de cenas, com essa coisa
teatral toda, nada melhor que chamar duas atrizes grandiosas para fazer isso.
Como é voltar para São
Manuel, cidade em que você morou até a sua adolescência?
Van Furlanetti:
São Manuel é e sempre será minha raiz, o campo de energia que irá me
revitalizar sempre que eu precisar. Minha família está aí, meus melhores amigos
estão aí. É minha terra, minha gente. Tudo isso faz desta cidade necessária e
inesquecível. Rever cada um desses amigos e conhecer gente nova será
fantástico. VENHAM!
SERVIÇO
Lançamento do livro
“Duas Noites com Tiago” e noite de autógrafos
Data: 12 de
dezembro às 19h
Local: Biblioteca
Municipal “Dr. Francisco Câmara Ferreira”
Entrada Franca
O livro estará à venda no local, durante todo o evento, ao
preço de R$ 39,90
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