CIDADE MEMÓRIA
Três eixos se sobrepõem e balizam a
Revisão do Plano Diretor Participativo de São Manuel: Cidade Memória, Cidade Acessível
e Cidade Sustentável. Para cada um, a equipe responsável por sua elaboração,
junto com as diretorias municipais e conselhos locais, estruturou as formas de
participações e de diálogos com o objetivo de delinear o quadro complexo das
diretrizes que irão dar suporte para a construção de uma “Nova São Manuel”.
No projeto Cidade Memória,
especificamente, participam de sua organização: o Conselho Municipal de
Patrimônio Histórico, as Diretorias de Educação e Cultura, uma equipe da Unesp
de Bauru e o Mobiliza São Manuel.
Cidade Memória são dois termos que, particularmente
na cidade de São Manuel, se interceptam reciprocamente e são capazes de narrar sua
importância histórica, tanto no cenário regional quanto no nacional. Como
recordou o advogado Dr. Dion Castaldi através da série de entrevistas concedidas
à rádio local: “para entender a história de São Manuel é preciso remontar a
história do Brasil, pois de São Manuel saíram grandes nomes da política
nacional”.
O projeto Cidade Memória objetiva, em um primeiro momento,
saber quais os edifícios e espaços públicos significativos do município capazes
de narrar sua história. Especificamente, pretende-se colher a partir de uma consulta
à população,fragmentos de suas memórias, testemunhos históricos muitas vezes esquecidos
e negligenciados,retalhos de suas próprias vidas, os quais podem fazer emergir uma
cidade “invisível", que fora percorrida por vozes, esperanças e muito trabalho.Ao
invés de partirmos de imediato para uma leitura técnica objetivando elaborar um
elenco de bens passíveis de tombamento por sua importância individualizada,
preferimos também, discutir o valor histórico de cada um desses edifícios e
espaços,estabelecendo um diálogo direto com os próprios atores envolvidos.
Por outro lado, no que tange ao projeto
da cidade, o mosaico formado por essas reminiscências farão com que São Manuel,
como nas cidades de Italo Calvino, discuta o patrimônio cultural atual e o seu
futuro, consolidando o que seria essa cidade da memória formada de retículas invisíveis,
relações e acontecimentos que transformaram o espaço físico da cidade, suas construções,
suas praças, suas ruas, procurando vê-la a partir das experiências de
sociabilidade, através do olhar de seus habitantes. Só assim, as pedras, as
ruas, jardins, praças, edifícios e casas, inertes pela
ação do tempo poderão a partir da criação desse mosaico de recordações, compor uma
grande sinfonia que balizará o projeto da nova cidade.
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